Páginas

quinta-feira, 2 de abril de 2015

A Idiotice


Em grego, idios quer dizer “o mesmo”.
Idiotes, de onde veio o nosso termo “idiota”,
é o sujeito que nada enxerga além dele mesmo,
que julga tudo pela sua própria pequenez.

                            Olavo de Carvalho


Você conhece pessoalmente algum idiota?
Só de ler a pergunta, talvez já lhe tenham vindo um ou dois à cabeça. Eu mesmo, enquanto
escrevo, estou pensando em vários. Quem não conhece, não é? Que os idiotas estão por aí, creio
estarmos todos de acordo (você, eu, Platão, Sertillanges, Nelson Rodrigues — um timaço, o
nosso). Vou passar para a próxima pergunta.
O que você realmente faz para não ser um idiota, nem ser feito de idiota?
Bom, talvez esta seja um pouquinho mais difícil. Talvez você precise de um momento de
re exão e autoanálise. Se quiser, pode desviar os olhos do livro (eu costumo olhar para os pés) e
pensar por mais alguns segundos em suas atividades anti-idiotice. Pensou?
Agora confesse: você já se fez essa pergunta antes? Sim? Não? Inconscientemente? Formulada
de outra maneira? Ok.
Mas alguma vez, ou agora, você respondeu a si mesmo, por exemplo, que estuda as estratégias
dos canalhas? Seus métodos? Suas técnicas de manipulação? Suas ocultações? Seu legado no
ambiente cultural?
Diga-me: como você pretende não ser um idiota, nem ser feito de idiota, se você pouco ou
nada sabe sobre a história e os avanços da canalhice?
Sim: os avanços. A canalhice é a ciência mais avançada do mundo atual — opera em escala
global, inclusive — e o seu resultado é justamente a multiplicação de idiotas que jamais se dão
conta de sê-lo.
Lembre-se: Os pequenos canalhas se aproveitam da idiotice pronta. Os grandes a fabricam.

...

Felipe Moura Brasil


em:

O mínimo
que você
precisa saber
para não ser
um idiota



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não escreva o que não gostaria de ler ...